domingo, 17 de outubro de 2010

vaazio!

            
Levantei-me revolta. Tudo em que acreditei e que aprendi por anos, se esvaiu em segundos.
Segundos doídos. Quando levantei, meus olhos só enxergavam o nada.
O vazio. Onde eu estava? Minha alma havia fugido de mim. Até ela me abandonou. Senti um vento frio no peito.                                                         Olhei ...Havia um buraco lá. Negro e profundo. Dolorido. Não sabia se chorava, se gritava. Não sabia se corria e pedia socorro ou admirava o meu vazio. Vazio gélido. Macabro. Vazio fascinante
Ah, a loucura tomava conta dos meus lábios, os tornando sorridentes. Sorriso vazio. Tudo em mim estava se tornando vago. Silencioso e dormente. Não era a morte. A morte não devia ser tão lenta. Sentei-me dispersa no chão de madeira. Estava levemente frio e me arrepiou. Eu ainda tinha o arrepio. Não tinha mais eu e nem você. Você era mais importante que eu. Quatro letras contra duas. Alguém mais vivo e com a alma mais completa que a minha. Alguém que sempre lutava contra o meu vazio, mas que foi embora e o deixou ganhar. E eu aqui sofrida, dolente. Sangrando na mais íntima ferida, exposta e aberta, para quem quiser ver. Mas tudo se foi, como a dormência vinda após uma injeção de anestesia.

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